John
acordou às 9:00h, apreensivo. Quase não comeu nada antes de sair de Weybridge.
Disse à Cynthia que teria uma reunião em Abbey Road com Brian Epstein, Paul, George e Ringo.
Não poderia dizer que se encontraria com a cantora cuja voz o seduzira. Esse encantamento
era recíproco.
Chegando
à casa de Adele, parecia uma materialização do clip de “Hello”... ela
acompanhava o Rolls Royce dirigido por Alf Bicknell aproximando-se pela estrada,
que estacionou no jardim. John, vestido de preto da cabeça aos pés, dispensou Alf assim que saiu do carro. Adele
acompanhava a tudo, pela janela, com seus olhos verdes. A manhã estava cinza,
nublada, um clima típico inglês, mas seus olhos estavam incrivelmente verdes, mais do que nunca.
John
nem precisou tocar a campainha, Adele já o esperava na porta. Sorriram e disseram “Hello”
ao mesmo tempo, se beijaram no rosto, e Lennon entrou. Sentou-se no tapete e ficou
degustando o vinho francês que Adele lhe servira. Norwegian Wood.
Depois,
a cantora lhe serviu também um violão e pediu que o beatle tocasse algumas
músicas do conjunto, que ela adorava. Ela resistiu em fazer um dueto, apenas
acompanhava, sorrindo tímida e maliciosamente, sem tirar os olhos de John. O clima estava
só começando.
Adele
disse a John que adorara “Rubber Soul” e que era seu álbum preferido. Amável
toda vida, John sorriu agradecido e tocou algumas canções do álbum. Lennon
unplugged.
John
voltou para o tapete e Adele deitou-se no sofá próximo. Conversaram, regados a
vinho, e seus olhares não cansavam de se cruzar. John disse que se encantara
com “Hello”, e voltou ao piano, pedindo que Adele a cantasse. Em pé, ela cantava, caminhando lenta e sensualmente, ao redor do piano.
Adele
retribuiu dizendo que se maravilhara por “Norwegian Wood (This Bird Has Flown)”... era a trilha
sonora do encontro. John pegou o violão novamente e tocou a música, enquanto
Adele cantava as partes que cabiam a Paul: “She
ask me to stay and she told me to sit anywhere”... encorajado pelas taças
de vinho, John confessou que ela lhe inspirara a compor “Norwegian Wood”. Pausa
para mais uma longa troca de olhares em silêncio... Adele lhe pediu que
ficasse.
Àquela
altura suas libidos pegavam fogo, de seus olhares saíam faíscas de paixão. Era
inevitável. Adele pegou com delicadeza o rosto de John com as duas mãos, e o
beijou, e se beijaram sofregamente, e muito, em todas as partes de seus corpos
que suas bocas podiam alcançar.
Já
passava de duas da manhã quando Adele e John Lennon fizeram amor... com muito
amor, amor demais. Adele e John estavam completamente, perdidamente,
exageradamente apaixonados. Dormiram abraçados.
Outro
dia nascia. Here Comes The Sun. John tinha que ir, disse que trabalharia pela manhã em Abbey Road.
Adele sorriu, acompanhou com os olhos, ainda mais verdes do que nunca, pela janela, os passos do beatle pela
estrada na qual chegara.
Seu
pássaro tinha voado...
No
caminho, John acendeu um cigarro... muito bom... Norwegian Wood.
Adendos:
-WEYBRIDGE: bairro do subúrbio londrino no qual John Lennon comprara a mansão onde morou de 1964 a 1968;
- ALF BICKNELL: motorista contratado para servir os Beatles, de 1964 a 1966;
- NORWEGIAN WOOD (THIS BIRD HAS FLOWN): música dos Beatles, lançada em 1965 no álbum Rubber Soul. Segundo o autor, John Lennon, a letra narrava um caso extra-conjugal do beatle na época em que foi casado com Cynthia Powell;
- RUBBER SOUL: sexto álbum de estúdio dos Beatles, lançado em novembro de 1965.
- CYNTHIA POWELL LENNON: primeira esposa de John Lennon, mãe do único filho de ambos, Julian Lennon. O casamento durou de 1962 a 1968;
- ABBEY ROAD: estúdio de gravações e produções musicais no qual os Beatles fizeram praticamente todos os álbuns da carreira da banda.
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