quinta-feira, 13 de junho de 2019

UMA FLOR POR UM ABRAÇO - Uma história de amor


UMA FLOR POR UM ABRAÇO


Eram os dizeres de um cartaz exibido por um rapaz fantasiado de Chaplin, que em todos os domingos chegava num parque com fontes iluminadas, cachoeiras pequenas e locais para sentar com vista para uma lagoa, numa hora pontual da manhã, com esse cartaz e um buquê com 65 flores de várias cores, ao lado. Era a maneira, segundo ele, de uma troca de energia positiva entre ele e as pessoas.
Aproximavam-se crianças, moças, senhoras, jovens, idosos, diversas e diferentes pessoas para trocar um abraço por uma flor. Entre elas, uma pequena, simples e bela Moça.
Ele foi percebendo que, ao abraçá-la, para em seguida dar-lhe a flor, sendo ela de baixa estatura, seu rosto encostava em seu peito, no local do coração, como se quisesse ouvir suas batidas. E estas passaram a ser cada vez mais aceleradas nessa troca em particular.
Não trocavam palavras. Só um abraço, uma flor... e um sorriso. Lindo era o sorriso dela! 
A Moça passou a ser a primeira a chegar, abraçá-lo e receber uma rosa vermelha. Ambos sentiram algo diferente nos abraços dominicais e sorrisos que se seguiram.
Num certo domingo, a Moça não apareceu. O rapaz estranhou... depois se entristeceu e sentiu sua falta. Três domingos se passaram e a Moça sumira, quando o rapaz pensou em desistir de sua terna atitude. Seus abraços não estavam com a mesma energia como na época em que a moça aparecia.
No quarto domingo, sua energia estava triste, a troca não fazia mais sentido. Porém, a Moça voltou e foi a primeira a aparecer, quando pela primeira vez dialogaram:

- Nossa... você sumiu! Pensei que jamais fosse aparecer novamente!

- Eu estive muito doente, precisei me afastar por um tempo. Mas graças aos abraços que trocamos, e às flores que você me dava, agora estou completamente curada. 

- O que você teve? Me explique melhor, por favor!

- Eu sofria de depressão. Achei que os abraços de alguém desconhecido, mas de bom coração, poderiam me fazer bem. E fizeram. 

- Meu Deus... como fiquei feliz com isso! Mas, e as flores?

- Logicamente, secaram. Peguei suas pétalas e com elas fiz um chá que tomava todo dia. Tomava pensando em você...

- Mas as flores não tinham propriedades medicinais...

- Engano seu. Cada flor que você me dava tinha um componente que fez com que eu fosse me livrando da depressão, até nunca mais senti-la.

- Qual componente? (perguntou o rapaz, já sabendo a resposta)

- Você sabe muito bem... o amor!

A partir desse domingo, o rapaz e a Moça passaram a trocar, não um abraço, mas um beijo apaixonado por uma flor.