sábado, 16 de abril de 2011

O GÊNIO DE TODOS OS HUMORES

Há 40 anos, no dia 25 de dezembro de 1977, um dos mais amados artistas de todos os tempos, "Sir" Charles Spencer Chaplin, ou "Carlitos", para nós, nos deixava.
Chaplin era completo: atuava, dirigia, escrevia os roteiros e produzia os próprios filmes, além de compor algumas trilhas sonoras inesquecíveis, como a canção "Smile" do filme "Tempos Modernos" de 1936 e até chegou a ganhar o Oscar de Melhor Trilha Sonora pelo filme "Luzes da Ribalta", de 1952.
Charles Chaplin, que nascera em Londres, era filho de artistas de music-hall. Charles Spencer Chaplin Sr., seu pai, e sua mãe Hannah cantavam e atuavam, mas sua infância não foi um show da Broadway. Seu pai era alcoólatra e faleceu de cirrose quando Chaplin tinha 12 anos. Sua mãe enlouquecera e o menino foi levado para um orfanato, mas seu talento precoce o tiraria da miséria e o levaria à carreira que definitivamente o consagraria no show business.


O personagem criado por ele, "o vagabundo", mostraria sua faceta mais genial, pois era composto por um irreverente sujeito que usava bengala, chapéu-coco, bigodinho, calças, paletó e sapatos rotos, mas sabia ter refinadas maneiras. Um contraste interessante para a época. Ele sempre esteve muitos anos à frente de seus colegas artistas.
Extremamente inteligente, criativo e sem papas, cardeais ou o que fosse na língua, criou a "United Artists" em 1919 para poder ficar livre em suas criações cinematográficas. Mas, por mais decepcionante que possa parecer, o diretor e produtor Charles Chaplin era completamente diferente de seu personagem irreverente e cômico, pois tinha obsessão pelo perfeccionismo, chegando algumas vezes a repetir algumas cenas centenas de vezes e se mostrava aborrecido e revelava seu temperamento, que era considerado no mínimo difícil, diante da equipe de filmagem e elenco. Mas, deixando de lado o stress e o embaraço, trabalhar com Chaplin deve ter sido uma experiência ímpar.



Apesar de todo sucesso nos seus mais conhecidos filmes, a estrela já começava a brilhar nos engraçadíssimos curtas, como "The Rink", de 1916.
Recusava-se a produzir filmes sonoros, uma novidade no final da década de 20, ainda assim não conseguiu resistir muito tempo, apesar de argumentar que "A ação é geralmente mais entendida do que palavras"."Tempos Modernos" foi sua primeira obra de pequenas introduções no cinema falado.
Seu primeiro filme falado foi "O Grande Ditador" (1940) no qual ele interpretou duas personagens completamente distinas: um tipo de clone de Hitler e um barbeiro judeu, e corajosamente satirizava o nazismo e os líderes políticos do mal: Hitler e Mussolini.


Casou-se quatro vezes e desses relacionamentos nasceram onze rebentos. Um deles, Geraldine Chaplin, fez o papel de sua mãe em seu filme biográfico, estrelado por Robert Downey Jr. em 1992.


Devido à sua posição política de esquerda e críticas ao capitalismo em filmes - como em Monsieur Verdoux (1947) - Chaplin foi incluído na - como era chamada por eles - Lista Negra de Hollywood. Em 1952 o autor de "Em Busca do Ouro", que fixara residência em Beverly Hills, EUA, viajou para Londres para a estréia do filme Luzes da Ribalta. Seus inimigos políticos norteamericanos souberam da viagem e negociaram com o Serviço de Imigração para revogar seu visto, exilando-o do país. Devido a acusações que ele alegara falsas, decidiu nunca mais entrar nos Estados Unidos. Ficou extremamente desapontado com as autoridades estadunidenses e decidiu morar em Vevey, Suíça.
Mas, 20 anos depois, com a saúde um tanto debilitada, voltara para receber o Oscar Honorário pelo "efeito incalculável que teve em tornar os filmes a forma de arte deste século". Ele saiu de seu exílio suíço para receber esse prêmio, e recebeu a mais longa ovação em pé da história do Oscar, com uma duração total de dez minutos. Faleceu dormindo aos 88 anos de idade em consequência de um derrame cerebral, no Dia de Natal de 1977. Oona, sua última esposa, pranteou sua morte até vir a falecer também, em 1991.

O legado do artista, que conseguia com extrema genialidade tanto nos fazer chorar de emoção quanto de rir, ficou para sempre nas películas que não tinham cor, mas possuíam inteligentíssimo humor.


The Rink ("Carlitos patinador" - título no Brasil) é um curta-metragem mudo, produzido em 1916.
Carlitos, que trabalha como garçom num restaurante, usa seu horário de almoço para patinar, criando também as engraçadíssimas confusões de sempre.
Co-estrelando Edna Purviance, uma das atrizes preferidas de Chaplin.

domingo, 10 de abril de 2011

DISCOTECA BÁSICA DO BARÃO - LADO B - The J. Geils Band


A J. Geils Band foi uma banda de rock de Massachusetts, EUA, que fez muito sucesso nos anos 70. Seu estilo variava entre o Rock, Blues-rock e Rhythm and blues, mas só um pouco depois aderiu ao Pop-Rock.
A banda deu o pontapé inicial em sua carreira na década de 60 como um "power-trio" de blues, contando com o vocalista John Geils Jr., o baixista Danny Klein e o harpista Richard Salwitz. Depois, juntaram-se ao grupo o baterista Stephen Jo Bladd, o guitarrista Peter Wolf e o tecladista Seth Justman. Assinaram contrato com a Atlantic Records em 1970.
Nos anos 80 houve desentendimentos em relação ao estilo do grupo. Não conseguiram entrar em acordo se seguiam o apelo comercial ou se mantinham o estilo. O grupo nunca mais se juntou com o guitarrista Peter Wolf até 1999. O grupo se separou de novo pois as vendas das bilheterias decepcionaram. Wolf continuava a excursionar com sua própria backup band, e o The J. Geils Band fazia aparências ocasionais até a saída de Geils da banda para mudar radicalmente de profissão: restaurar carros esportivos em Massachusetts!
Postei aqui um videoclip do maior sucesso da J. Geils Band: "Centerfold", de 1982. Você vai logo identificar e reviver esse excelente rock.


segunda-feira, 4 de abril de 2011

UM ANJO NEGRO EM NOME DO AMOR


Ele tinha um sonho que até hoje não virou realidade, e em pleno Terceiro Milênio as chances dele virar real ainda são remotas. Ele tinha um sonho no qual todos os homens seriam tratados com igualdade pela sociedade mundial, independente da raça ou credo, apesar de que seu sonho ainda era local. O sonho que o estadunidense Martin Luther King Jr. tinha tornou-se um pesadelo para ele e para muitos, quando um tiro calou seu discurso para sempre, há exatamente 49 anos, quando fora assassinado na cidade de Memphis, EUA, deixando a raça negra órfã. Luther King nasceu em Atlanta, EUA, no dia 15 de janeiro de 1929, e foi a pessoa mais jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz, com apenas 35 anos de idade. Seus protestos não tinham violência. Luther King seguia o estilo de Gandhi. Organizou marchas para conseguir o direito ao voto, fim da segregação, das discriminações no trabalho, pronunciou-se contra a participação dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã e lutou por outros direitos civis básicos. Em função de sua atuação social e política, Luther King jamais se intimidou, mostrando ser um homem de extrema coragem, despertando muito ódio naqueles que defendiam a segregação racial nos Estados Unidos. Durante quase toda sua vida adulta, foi constantemente ameaçado de morte por estas pessoas e grupos.

Luther King não era apenas um ativista político. Veja algumas célebres frases dele:

"O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons."

"Pouca coisa é necessária para transformar inteiramente uma vida: amor no coração e sorriso nos lábios."

"O que vale não é o quanto se vive...mas como se vive.."

"Nós não podemos nos concentrar somente na negatividade da guerra, mas também na positividade da paz"

"Suba o Primeiro degrau com fé. Não é necessário que você veja toda a escada. Apenas dê o primeiro passo."

"Eu tenho um sonho. O sonho de ver meus filhos julgados por sua personalidade, não pela cor de sua pele."

Veja o discurso "Eu tenho um sonho" no You Tube - legendas em português: http://www.youtube.com/watch?v=yCLCyvF9p7g&feature=player_embedded


Se o negro conquistou seu espaço no mundo inteiro, isto se deve graças ao ativismo político do Pastor Martin Luther King. 
Mas digo que o pastor não lutava unicamente pela raça negra e desigualdade racial. Quando ele foi assassinado, estava em Memphis, Tennessee, para apoiar a greve dos trabalhadores em serviços sanitários. Discursou contra os malefícios da Guerra do Vietnã. O corajoso ativista político lutava pela raça humana. Tinha apenas 39 anos de idade.
Aonde quer que ele esteja agora, sua presença de espírito ainda vagueia nas lutas pacíficas pelos direitos humanos, como se, para ele, uma simples bala, um objeto tão pequeno, fosse capaz de fazê-lo se calar para sempre.