quarta-feira, 12 de outubro de 2011

BRASIL 2 X 1 MÉXICO

Foi a vitória da garra e da superação canarinho. Foi um bom teste em termos psicológicos também para nossa Seleção, podendo-se avaliar se estariam capazes de reverter uma situação dificílima quanto a de ontem. Jogaram contra uma boa equipe, na casa do adversário, com menos um jogador na maior parte do tempo e tendo que se reestruturar emocionalmente após sofrer um gol numa jogada de pura sorte contrária.
Como havia falado na crônica anterior, poucos jogadores como o goleiro Jefferson, do Botafogo, tem mostrado regularidade nas vezes em que é exigido em campo, sem contar sua postura fora dele: disciplinado, dedicado nos treinos e fica longe de polêmicas. Não só pelo pênalti que Guardado não conseguiu guardar no fundo das nossas redes, mas também por outras excelentes intervenções, cometendo apenas um erro de saída de bola em todos os 90 minutos, que não comprometeu, Jefferson, no momento, é um nome quase certo para 2014 e torçamos para que ele não sofra nenhuma contusão séria, pois com todas suas qualidades só isso é que poderia impedir seu nome na lista definitiva dos 22 de Mano Menezes.
Com o retorno de Daniel Alves e Lucas Leiva, a defesa brasileira ficou mais sólida, embora o primeiro teve a infelicidade de ser expulso logo após o pênalti cometido, mas Jefferson defendeu-o e com isso a Seleção ganhou um pouco mais de moral. E espero que Lúcio, que considero o melhor zagueiro da atualidade, mantenha o padrão até pelo menos 2014, pois sua presença e liderança impõe respeito aos adversários e é dono de uma excelente técnica. Ataca e defende com a mesma competência e tem bom entrosamento com Thiago Silva.
Ronaldinho Gaúcho mostrou que o craque faz a diferença. Não teve uma atuação fantástica, mas na cobrança da falta que empatou o jogo com os mexicanos mostrou sua qualidade nas bolas paradas - inclusive nos escanteios - e colocou a bola totalmente fora do alcance do excelente arqueiro Sánchez, de 38 anos, que fazia sua despedida. O que estranhei, pois creio que poderia defender por mais algum tempo o arco mexicano... enfim. Cada um sabe da sua vida.
Quanto aos excelentes Lucas e Neymar, que na seleção principal ainda não repetiram as excelentes atuações nos seus respectivos clubes, ainda podemos e devemos esperar mais deles. Embora valha a pena insistir com ambos os dois, eu sugeriria a Mano Menezes que procurasse observar a quantas andam os experientes Robinho e Kaká, os dois em fase de readaptação após a cura de lesões.
Hulk atuou bem na sua primeira chance iniciando uma partida pela seleção, mas precisa mostrar um pouco mais de suor na camisa se quiser superar excelentes atacantes do nível de Leandro Damião e Borges. O mesmo para Fernandinho, o volante do Shakhtar Donetsk da Ucrânia.
Deixei esse final para falar do lateral-esquerdo Marcelo, do Real Madrid, pois há pouco tempo tínhamos carência nessa posição, mas esse tornou-se um problema a menos agora. Atuou muito bem, principalmente no segundo tempo, defendendo com garra e fazendo um golaço em jogada individual e virando, então, o jogo, que parecia perdido após a expulsão de Daniel Alves. É cedo demais para dizer que Marcelo é o dono da lateral-esquerda canarinho, mas com a atuação de ontem provou que é uma excelente opção, tornando-se o melhor em campo depois de Jefferson.
Enfim, mais uma vitória importante, não só pela superação mas também por conseguirmos terminar com a invencibilidade da boa seleção mexicana e concluo que o amistoso valeu.
Sinto que a fase de experiências começa a se findar e, apesar de faltar ainda 3 anos para o Mundial, Mano já pode formar o esqueleto de sua equipe, embora concorde que ainda seja válido fazer mais experiências, inclusive com os veteranos Robinho e Kaká. Nunca se sabe o que pode acontecer com nossos craques, mas espero que todos os disponíveis estejam nas suas melhores condições físicas a ponto de criar um ponto de interrogação acima da cabeça do técnico, de maneira positiva: "Com tantas excelentes opções, quem escalarei?"
Um abraço e até a próxima!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

BRASIL X MÉXICO - Amanhã, às 22h30m


A Seleção Brasileira de Mano Menezes fará amanhã um de seus últimos amistosos no ano, contra o México, em Torreón, às 22h30m (de Brasília).
Continuando a fase de testes, o Brasil enfrentará o Gabão no dia 11 de novembro, no Gabão, país que será, juntamente com a Guiné Equatorial, a sede da Copa Africana das Nações em 2012, e encerrando o ano o Brasil enfrentará a Suíça ou a Inglaterra, no dia 15 de novembro, a confirmar.
Apesar do êxito na ressuscitada Copa Roca, interrompida desde 1976, que foi muito importante para ganhar um pouco de moral, Mano não pode se iludir e deve continuar a testar o máximo de jogadores possíveis que possam estar à sua disposição, preferencialmente contra seleções mais fortes, como a própria Inglaterra, adversário ainda não confirmado.
É preciso que o magro Neymar mostre seu futebol paquidérmico e jogue mais para o time do que para exibição, vise o coletivo e objetividade, amadureça. Quando suas tabelas com Ronaldinho Gaúcho dão certo, o adversário fica apavorado, então o caminho é por aí. A grande revelação do Santos nos últimos anos às vezes faz lembrar Garrincha, quando cismava de mostrar um jogo moleque, de muitas gingas e dribles, que poderiam levar a torcida ao delírio mas não levavam à objetividade. Quando Neymar joga para o coletivo, a equipe ganha com isso e ele também.
Pegando o gancho com R10, este tem alternado bons e maus momentos na Seleção de Mano Menezes, mas também é difícil apontar um jogador que tenha 100% de regularidade. Talvez o goleiro Jefferson do Botafogo, mas o Brasil está muito bem servido de "guarda-metas", principalmente nos três grandes clubes do Rio de Janeiro: o já citado e mais Felipe do Flamengo e Fernando Prass do Vasco da Gama, pois a equipe cruzmaltina teria sido irremediavelmente goleada pelo Internacional na última rodada do Brasileirão. Ainda assim, R10 tem se mostrado com vontade de servir à seleção, começando pelo seu gesto de sair da Itália e tentar a sorte na volta ao Brasil.
Uma pena não poder contar com Leandro Damião, um atacante matador de verdade, boa técnica e posicionamento dentro da área, e que vinha muito bem nos últimos jogos, fazendo com que o torcedor brasileiro não sinta falta de Alexandre Pato.
Não devemos esquecer de Paulo Henrique Ganso, que ultimamente não tem sido feliz em suas atuações na Seleção, apesar de ter feito uma estréia magistral contra os Estados Unidos, pois é um senhor craque, e de Lucas do São Paulo, como Neymar também uma grata revelação, que merece mais oportunidades.
Ainda estamos com tempo de testar táticas e material humano, embora nossa cultura sempre admitirá o sucesso pelo resultado positivo do placar. Podemos até vislumbrar uma base para 2014, mas é primordial a seriedade nesse trabalho e uma definição básica, pois o torcedor brasileiro não aceitará que sua seleção perca duas copas do mundo em seu próprio país, fato até hoje inédito no futebol.