segunda-feira, 28 de junho de 2010

Mazinho, Bebeto e Romário comemoram em 1994 o gol do baianinho no "embala-neném".

Vinte anos depois, Brasil e Holanda voltaram a se encontrar em Mundiais disputando uma vaga nas quartas-de-final da Copa dos EUA de 1994. As coisas tinham mudado bastante. Não existia mais Laranja Mecânica e não éramos campeões mundiais há 24 anos. O Brasil estava numa fase muito fértil de craques, muitos deles atuando na Europa, e a taça FIFA já piscava o olho para o Brasil, doida para se jogar nos braços de Dunga, nosso então capitão e atual técnico.
O excelente meia Frank Rijkaard jogou, mas sentiu falta de Rudd Gullit e Marco Van Basten, companheiros no Milan e na seleção holandesa, apesar da equipe contar com bons jogadores em sua renovação.
No primeiro tempo as duas equipes se estudaram, mas o Brasil atacou mais e teve ótimas chances de gol. As seleções foram para o intervalo com o placar ainda virgem.
No segundo tempo é que começou realmente a esquentar a chapa. No primeiro gol, Aldair corta um ataque de Rijkaard lançando Bebeto na esquerda, este cruza para Romário e o baixinho abre o placar. Bebeto ainda mandou uma na trave antes de fazer o seu, ganhando uma disputa no meio de campo e driblando o goleiro para mandar peixe na rede, inventando a comemoração "embala-neném" que ficou famosa: embalou uma criança invisível nos braços, feliz da vida, avisando ao mundo inteiro que seu filho acabara de nascer. A dupla dinâmica do ataque brasileiro estava mesmo endiabrada, e levou a defesa holandesa à loucura. Confesso que me emocionei ao rever esses gols.
A Seleção permitiu a reação laranja com Bergkamp e Winter empatando a partida, contudo mais emoção da boa ainda vinha. O lateral Branco entrara no lugar de Leonardo, expulso contra os EUA e cumprindo suspensão. Branco estava dado como bichado pela imprensa e parte da torcida, então sofreu uma falta do lado esquerdo da defesa batava. O próprio disparou um míssil e se emocionou com o próprio gol, como se dissesse a quem lhe criticara que "bichado é o cacete!", carimbando com violência e maestria o passaporte para as semifinais, como se destruísse as muralhas de pedra de um dique holandês.


Súmula do Jogo BRASIL 3 X 2 HOLANDA

09/07/1994

Local: Cotton Bowl (Dallas)

Árbitro: Rodrigo Badilla (Costa Rica)

Gols: 2º Tempo: Romário 6, Bebeto 16, Bergkamp 18, Winter 30 e Branco 36.

BRASIL: Taffarel; Jorginho, Aldair, Márcio Santos e Branco; Mauro Silva, Dunga, Mazinho (Raí) e Zinho; Bebeto e Romário. Técnico: Carlos Alberto Parreira

HOLANDA: De Goey; Winter, Koeman, Valckx e Wouters; Witschge, Rijkaard (Ronald de Boer) e Jonk; Overmars, Bergkamp e Van Vossen (Roy). Técnico: Dick Advocaat



Dezesseis anos se passaram e agora vamos encarar uma Holanda forte, que merece respeito e que vem fazendo uma boa campanha. Mas não é nenhuma "Laranja Mecânica" e temos amplas condições de vencê-la. Vários jogadores que começaram desacreditados já possuem auto-confiança e a confiança de todos os que acompanham essa Copa. Temos vários melhores do mundo em muitas posições e jogamos a Copa em continente neutro. Elano pode voltar e deveremos ir com força máxima.
Vamos torcer também para que as arbitragens sejam de alto nível.

Nem precisa espremer a laranja até o bagaço: 1 a 0 para o Brasil já é goleada!



NÃO PERCAM A CONTA: SÓ FALTAM 3!
ABRAÇOS!

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